sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vagueando por aí…

Vagueio na noite escura sem saber para onde ir, só quero encontrar um sitio para passar apenas mais uma noite dolorosa, que nela me perseguem os monstros da escuridão.
 Corro sem limites para parar, sinto-me cansada.. – “Tenho de parar e descançar.. Não posso! Tenho de continuar!” – penso para mim.. –“ Não me vou deixar ser capturada por estes monstros.”
 Acho que cheguei a uma pequena estrada, pelo menos apercebo-me de duas luzes redondas e paralelas, como se fossem os faróis de um carro, as forças e a esperança voltam a iluminar-se, possivelmente estarei perto de algum lugar onde possa passar a noite.
 Corro durante uma hora e a esperança que abocado tivera aparecido começa a desaparecer. Ao ver que o tipo de chão muda, paro de correr, mas estou tão fraca que me deixo cair sobre os joelhos, sinto que o chão está gélido, mas também sinto a textura das várias folhas que neste vão esvoaçando, sinto uma aragem que passa levemente refrescando-me o rosto, e quase que a ouço dizer “ Não pares agora, estás quase!” .
 Tento controlar a respiração e mesmo sem forças para continuar levanto-me, quero ver o que está à minha volta, mas está tão escuro que não vejo nada, vou caminhando lentamente, apalpando tudo o que está à minha volta, sinto a textura de todas as árvores, umas têm casca lisa e outras uma casca mais enrugada. O vazio à minha volta está me a deixar doida, com vontade de desistir mas não, não podia parar agora, não era isso que os meus sentimentos me diziam para fazer. Uns metros mais à frente sinto de novo o tipo de chão a mudar, os meus pés começam-se a enterrar, sei que cheguei a uma praia, sinto a brisa e o cheiro da beira-mar, ouço o som da água a bater nas rochas, e não sei porque ele lugar traz-me segurança.. Agora sei que encontrei um lugar para passar a noite.