
Corro sem limites para parar, sinto-me cansada.. – “Tenho de parar e descançar.. Não posso! Tenho de continuar!” – penso para mim.. –“ Não me vou deixar ser capturada por estes monstros.”
Acho que cheguei a uma pequena estrada, pelo menos apercebo-me de duas luzes redondas e paralelas, como se fossem os faróis de um carro, as forças e a esperança voltam a iluminar-se, possivelmente estarei perto de algum lugar onde possa passar a noite.
Corro durante uma hora e a esperança que abocado tivera aparecido começa a desaparecer. Ao ver que o tipo de chão muda, paro de correr, mas estou tão fraca que me deixo cair sobre os joelhos, sinto que o chão está gélido, mas também sinto a textura das várias folhas que neste vão esvoaçando, sinto uma aragem que passa levemente refrescando-me o rosto, e quase que a ouço dizer “ Não pares agora, estás quase!” .
Tento controlar a respiração e mesmo sem forças para continuar levanto-me, quero ver o que está à minha volta, mas está tão escuro que não vejo nada, vou caminhando lentamente, apalpando tudo o que está à minha volta, sinto a textura de todas as árvores, umas têm casca lisa e outras uma casca mais enrugada. O vazio à minha volta está me a deixar doida, com vontade de desistir mas não, não podia parar agora, não era isso que os meus sentimentos me diziam para fazer. Uns metros mais à frente sinto de novo o tipo de chão a mudar, os meus pés começam-se a enterrar, sei que cheguei a uma praia, sinto a brisa e o cheiro da beira-mar, ouço o som da água a bater nas rochas, e não sei porque ele lugar traz-me segurança.. Agora sei que encontrei um lugar para passar a noite.